arrifana a carrapateira

19,2 kms

 

     Os pequenos portos de pesca funcionam, desde tempos remotos, nos locais mais protegidos da costa, naturalmente abrigados de ventos norte e noroeste. Algumas das espécies mais pescadas nesta costa são a sardinha, a cavala, a corvina, o tamboril, a lagosta, a moreia, o safio, o polvo, o sargo, o robalo, o pargo, o carapau e o percebe.

     Neste percurso, a falésia chega a atingir 100 metros de altura, exibindo estratos rochosos com dobras espectaculares. Quando se formou o supercontinente Pangeia, o choque entre continentes levantou, comprimiu, partiu e dobrou as rochas das margens continentais e os sedimentos depositados nos fundos oceânicos, formando montanhas com mais de 4000 m de altitude. As rochas actuais das falésias (xistos e grauvaques) resultaram desses gigantescos movimentos de compressão de estratos sedimentares, há mais de trezentos milhões de anos! O sustento das populações do litoral sudoeste de Portugal esteve desde sempre ligado ao mar e à terra, dura de trabalhar. Nos terrenos mais férteis e frescos, junto das ribeiras, cultivava-se milho, feijão, batata, tomate, fava e grãos. O sargaço (algas marinhas) era usado como fertilizante. Nas encostas, a flora riquíssima dava pasto para o gado e sustentava as abelhas, produtoras de um finíssimo e aromático mel.