etapa 11

monchique a marmelete

14,7 kms

 

     Do Largo dos Chorões, o caminhante começará a subir durante cerca de 3km. Daqui seguirá viagem, até ao Convento do Desterro, um dos elementos patrimoniais mais conhecidos desta vila e que se encontra abandonado, aqui encontra também um bonito sobreiral. Depois, o percurso converte-se num trilho estreito que mergulha num denso povoamento de eucalipto, até alcançar, a Norte, a estrada municipal. Após o cruzamento desta via, a viagem prossegue por eucaliptal e, pouco a pouco, a paisagem típica da montanha começa a revelar-se: coberto arbóreo escasso, densa vegetação rasteira e numerosos afloramentos rochosos.

     Até à Fóia, o percurso segue por uma estrada, na qual se tem uma magnifica panorâmica a Norte. A vegetação é dominada por densos estevais, tojos, zimbros e, pontualmente, por adelfeiras, uma das plantas endémicas da Serra de Monchique. As antenas da Fóia assinalam o ponto mais elevado da Serra de Monchique e do Algarve (902m), apesar do percurso não passar por aí, o desvio é obrigatório. Deste ponto, o itinerário conduz o viajante até ao Penedo do Buraco, uma escarpa notável a Norte da Fóia, onde por vezes a vegetação se torna muito densa, com bastante tojo e daí até uma pequena barragem. O percurso desenvolvesse posteriormente ao longo de um belo vale, onde ainda subsistem antigos terraços agrícolas onde por norma encontrará animais a pastar, um cenário idílico que certamente não esquecerá.

     Os socalcos constituem o tipo de campos de cultivo mais frequente nas áreas montanhosas (mais declivosas), resultando da construção de estreitos patamares de terra arável, escalonados ao longo da vertente, assentes em muros de suporte feitos de pedra, neste caso, sienito nefelínico, essencialmente. Esta é uma clara intervenção humana e mudança da paisagem natural ao longo de muitos anos, de modo a moldar o local às necessidades da população, constituindo hoje um valioso património histórico, cultural e agrícola.

     Pequenos povoados serranos, nomeadamente Vale da Moita, Barbelote, Porta da Horta, ficam junto do percurso que em breve chega à Madrinha, onde está hoje instalado um parque eólico.

    O itinerário volta a entrar num bosque de eucalipto, passando por Pardieiro e alcançando, mais adiante, a estrada nacional 1087. A Via Algarviana cruza esta estrada, tomando o caminho em frente, em direção a Picos, uma colina escarpada, bem visível ao longe, e com uma vista muito bonita, se tiver energia faça um pequeno desvio para ver as “vistas”. Nesta zona, o bosque de sobreiral domina a paisagem, tornando-a mais atrativa e rica em diversidade vegetal e animal. Marmelete já está bastante perto. Esta é uma das três freguesias do Concelho de Monchique e está totalmente inserida na serra. Nesta localidade, à semelhança de outras na região, a silvicultura, com a exploração da cortiça e madeira, juntamente com a suinicultura, apicultura, produção de medronho e alguma horticultura, são atividades económicas com especial importância. E assim termina o 11º setor da Via Algarviana.